Cumprem-se hoje 108 anos desde o
dia em que o Rei Dom Carlos e o Príncipe Herdeiro Dom Luís Filipe foram
assassinados em Lisboa. No dia 1 de Fevereiro de 1908, pondo fim a mais de 750
de Monarquia e de História, a carbonária, braço armado da maçonaria e grupo de
terrorista a soldo de interesses estrangeiros, disparou sobre a carruagem real
quando o rei e a sua família atravessavam o Terreiro do Paço depois de uma
viagem a Vila Viçosa. Com esse acto de terror, a organização terrorista
impulsionou os laivos republicanos que tinham chegado a Portugal fruto dos
tempos que então se viviam e das vicissitudes recentes que tinham afectado
Portugal. Neste dia, para gáudio daqueles que colocavam os seus interesses à frente
dos interesses do nosso país, iniciou-se um período negro na nossa história.
Depois da coroação do Príncipe Dom Manuel e do turbilhão de golpes e de contra-golpes
que visavam somente a destabilização do país, Portugal caminhou rapidamente
para a república, encetando um período de intensa convulsão e de instabilidade
permanente que se arrastou ao longo de mais de 20 anos.
Não tendo sido um rei perfeito, até
porque o seu espírito humanista e a sua profundíssima cultura o transportavam
rapidamente para um mundo onírico que era muito diferente daquele que se vivia
em Portugal nessa época, Dom Carlos foi um dos mais marcantes monarcas de
finais do Século XIX, tendo ajudado o país a modernizar-se e a ganhar as
dinâmicas do novo século. Foi uma pena ter visto a sua vida ceifada de forma
prematura, inconsequente e, sobretudo, injusta para Portugal e para os
Portugueses.