As memórias que ficam da Procissão de Nossa Senhora dos Navegantes em Cascais neste ano de 2012. Foi um marco essencial na memória dos homens do mar e renova anualmente a sua Fé na intervenção de Nossa Senhora nas lides marítimas de Cascais.
Blog sobre Portugal, os Portugueses, a sua História, e a realidade política, económica, cultural e social Nacional.
terça-feira
segunda-feira
As Grutas Pré-Históricas de Alapraia (Estoril - Cascais)
É confrangedor o estado de desmazelo em que se encontram as
Grutas Pré-Históricas da Alapraia, no Concelho de Cascais…
Classificadas como Imóvel de Interesse Publicado desde 1945,
através do Decreto n.º 34 452, DG, I Série, n.º 59, de 20-03-1945, as Grutas de
Alapraia, também conhecidas como Necrópole Eneolítica da Alapraia (Estoril),
foram descobertas no princípio do Século XX por Francisco Paula e Oliveira que a
identificou. Mais tarde, realizando escavações arqueológicas que permitiram
encontrar mais três grutas repletas de espólio, Afonso do Paço e Eugénio Jalhay
conseguiram determinar a origem eneolítica daquele espaço de enterramento, cuja
importância era reforçada pela utilização prolongada no tempo, por diversas
civilizações e ao longo de várias eras.
Escavadas no calcário natural da região, as deposições da
Necrópole de Alapraia situam-se cronologicamente na transição do quarto par o
terceiro milénio a.C., no período caracterizado por aquilo a que se chama a ‘Revolução
dos Produtos Secundários’, e apresentam características tipológicas que
permitem inseri-las nas grutas arificiais de tipo coelheira. Possuem uma câmara
de deposição redonda, fechada no topo por grandes lajes de pedra, e um corredor
de acesso em forma de toca de coelho.
No que diz respeito ao espólio, é de sublinhar o elevado número
de vestígios cerâmicos de tipologia campaniforme, que deixa antever a utilização
continuada da necrópole por povos diferentes daqueles que as construíram originalmente,
mas sobretudo o conjunto de artefactos votivos de calcário.
As sandálias de calcário, que só apresentam paralelo em
Almeria (Espanha) juntam-se aos cilindros também calcários e às placas votivas
em xisto, bem características do megalitismo Português.
A importância deste monumento, que apresenta um potencial
turístico e cultural de inegável valor está, no entanto, em profundo desacordo com
o estado de lastimoso abandono e incúria em que o mesmo se encontra
actualmente.
Depois de ter sido abandonado o projecto de musealização imaginado
e defendido pelo saudoso arqueólogo João Cabral, e de o espaço ter voltado a
ficar envolvido em lixo, carros estacionados e degradação generalizada, a
autarquia de Cascais decidiu encerrar as grutas enchendo-as de gravilha de
forma a evitar que fossem utilizadas como depósito de entulho.
Esta decisão, obviamente em desacordo com as mais
elementares normas de manutenção e preservação do património histórico, impede
agora que as mesmas sejam visitas e que o seu potencial cultural possa vir
(como já aconteceu noutros tempos) ajudar a consolidar a vocação turística de
Cascais e dos Estoris.
quarta-feira
O Vale Encantado da Ribeira das Vinhas em Cascais
Numa iniciativa inédita, o Movimento SerCascais organizou no passado Domingo mais uma das suas visitas aos recantos encantados de Cascais. Acompanhado de cerca de três dezenas de Cascalenses, que seguiram de perto as explicações da líder do Movimento SerCascais, o grupo redescobriu mais um dos segredos bem guardados desta terra tão especial.
Num trajecto curto mas muito impactante, Isabel Magalhães mostrou a impressiva paisagem que acompanha o Vale da Ribeira das Vinhas, desde o Mercado de Cascais até à Ribeira das Vinhas, explicando detalhadamente os muitos pormenores do projecto de requalificação enviado atempadamente à Autarquia.
Assente no pressuposto que a intervenção a realizar na Ribeira das Vinhas deve assumir um carácter minimalista, reduzindo ao mínimo o investimento público e rentabilizando os muitos equipamentos que ali subsistem, o projecto do Movimento SerCascais passa pela recuperação do antigo caminho pedonal, integrando-o no património edificado que ali existe, nomeadamente as azenhas, os moinhos e as estruturas agrícolas; pela criação de uma rede de hortas urbanas para serem entregues à população mais idosa das redondezas; pelo fomento do uso turístico e cultural associado ao complexo das Grutas de Alvide; e pela recriação de vários trajectos pedonais, associados à participação das escolas, associações juvenis e grupos de escuteiros que assegurem um reforço da segurança e da mobilidade ao longo daquele espaço.
Numa segunda fase, integrando neste projecto os espaços associados ao Parque Urbano das Penhas da Marmeleira, o Vale do Zangão em Murches e a Quinta do Pisão, a recuperação do Vale da Ribeira das Vinhas integrará ainda um acesso directo de Cascais ao Parque Natural e à Serra de Sintra, nomeadamente através da gestão dos acessos que ligam a Vila à Barragem do Rio da Mula.
Concretizando o projecto assinado pelo Movimento SerCascais o Parque Natural vai entrar directamente na Vila de Cascais!
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