sexta-feira

O "Arreda" no Verão de Cascais


por João Aníbal Henriques

Nos primórdios do automobilismo em Portugal, uma das primeiras e mais importantes figuras e circular pelos caminhos de Cascais no seu extraordinário automóvel foi o Infante Dom Afonso de Bragança – o Arreda -, irmão mais novo do Rei Dom Carlos. O príncipe descia diariamente a Avenida Valbom em alta velocidade de forma a tentar que o automóvel ganhasse balanço suficiente para subir a Alfarrobeira sem parar... E, enquanto acelerava o seu bólide, gritava em plenos pulmões “Arreda! Arreda!” tentando afastar do caminho os peões que por ali andavam. Foi assim em Cascais que ele ganhou a alcunha de “O Arreda” que o acompanhou até ao fim dos seus dias e que ainda hoje o caracteriza nos livros de História!

quarta-feira

Segredos da Rainha Alquimista de Cascais




por João Aníbal Henriques

Em 1593 a Câmara Municipal de Cascais publicou uma postura que obrigava os homens que participavam na histórica procissão em honra da Rainha Santa Isabel a utilizarem capas e as mulheres mantéus. Quem não o fizesse pagava uma multa de 50 Reis! Esta procissão, ligada às mais profundas práticas devocionais dos Cascalenses, recuperava o culto alquímico pela Rainha Santa promovido pelos frades Carmelitas Descalços que oravam no antigo Convento de Nossa Senhora da Piedade. O Cortejo Alquímico de Cascais está eternizado no painel de azulejos colocados actualmente no Parque Marechal Carmona e passa despercebido a quase todos os que por aqui passeiam. Mas vale a pena olhar com cuidado para este segredo bem guardado de Cascais!




quinta-feira

Quando era Preciso Passaporte para Entrar em Cascais



por João Aníbal Henriques

Um dos muitos problemas que afectaram as povoações destruídas pelo grande terramoto de 1755 foi o que nessa altura se chamava “vadiagem”. Os sem-abrigo, impossibilitados de recuperar as habitações perdidas durante o cataclismo, deambulavam pelas ruas mendigando e arrastando a desgraça que sobre eles se tinha abatido. O problema era de tal forma grave que no 25 de Junho de 1760 foi publicada uma lei que obrigava os cidadãos que pretendiam viajar entre concelhos a levar consigo um “passa-porte” autorizado. Em Cascais, a exigência do dito “passa-porte” municipal vigorou até 1825 e a sua emissão por parte da câmara exigia que os que o requeriam apresentassem testemunhas e fiadores!