Diz-se que contra factos não
existem argumentos… mas isso não é verdade no Portugal em que hoje vivemos.
Contrariando os factos, são muitos aqueles eu esgrimem argumentos falaciosos
que, enganando os Portugueses, vão prolongando a agonia deste regime político e
permitindo a gestão dos muitos interesses mesquinhos e particulares que deles
dependem.
Os factos são infelizmente muito
graves. À conta dos sucessivos abusos perpetrados pelos partidos políticos que
governaram Portugal ao longo dos últimos 39 anos, misturados com uma dose
inexplicável de laxismo, desinteresse, incúria e, sobretudo, desonestidade, os
sucessivos governos foram incapazes de colocar os interesses de Portugal e dos
Portugueses à frente dos seus interesses particulares e das necessidades
eleitorais que reiteradamente foram constrangendo as suas decisões.
Evitando medidas que sabiam que
colocariam em causa a sua popularidade, e por extensão a possibilidade de o seu
partido ser eleito futuramente, os partidos políticos optaram pelo facilitismo
da popularidade, governando Portugal ao sabor das campanhas eleitorais e do
foguetório que infelizmente já todos conhecemos.
Por outro lado, fechando-se sobre
si próprios, os partidos recriaram as suas elites em torno da subserviência dos
seus militantes. Afastando os elementos críticos e todos aqueles que
questionavam as orientações das suas presidências, foram nivelando por baixo e
pela mediocridade, a qualidade dos seus quadros. As juventudes partidárias,
espécie de cadinho que forma estas gentes, são o melhor espelho desta triste
situação, enchendo o funcionalismo público, os quadros do Estado e Portugal
inteiro com as nomeações, com as promoções e os tachos que ganham baixando a
cabeça e seguindo alegremente o rebanho em que se integram.
Por fim, agravando ainda mais a
situação, junta-se a este quadro as figuras sinistras daqueles que aceitam as
regras do jogo para o desvirtuarem a seu favor, colocando-se a jeito para
sacaram do Estado e daqueles que dele precisam, a riqueza de que depois alarvicamente
se vangloriam a vida inteira…
Os factos são estes e a realidade
é dura. Portugal está refém desta gente e dos muitos interesses que eles
representam. Nesta altura, sem soberania, pois eles a entregaram como penhor e
garantia dos muitos empréstimos que contraíram em nosso nome para proveito seu
e dos seus, Portugal corre o sério risco de soçobrar para sempre.
Tal como dizia recentemente o
ex-líder centrista Freitas do Amaral, atravessamos hoje uma crise tão grave
como aquela que afectou Portugal em 1383-85 ou quando em 1580 perdemos a nossa
autonomia para Espanha.
Mas nessa altura, ao contrário do
que acontece hoje, existiam Portugueses disponíveis para dar a vida por
Portugal.