por João Aníbal Henriques
O Edifício Cruzeiro, no Monte Estoril,
foi construído em 1947 com projecto da autoria de Manuel António da Cruz e de
João da Cruz. O cruzamento de duas linhas de água no local onde foi implantado,
bem com o facto de marcar o preciso local onde o Monte Estoril se cruza com o
Estoril, ditou o seu mítico nome, numa apoteose de memória que se prolongou até
à actualidade.
Com uma História problemática e
polémica, até porque Fausto Figueiredo, o mítico fundador do moderno Estoril
foi assumidamente contra tal construção, foi-se envolvendo em episódios
sucessivos de um grande insucesso comercial que paulatinamente o foram transformando
num imenso espaço de degradação e ruína num dos pontos nevrálgicos da
localidade.
Ao longo dos anos, no entanto, o
seu impactante posicionamento na paisagem e as múltiplas histórias que envolveram
sucessivas gerações de estorilenses, acabaram por consagrá-lo como parte activa
e inabalável da Identidade do Monte Estoril e de Cascais.
Setenta e cinco anos depois do
início da sua construção, por iniciativa da Câmara Municipal de Cascais, foi
completamente remodelado interiormente e no passado Sábado, dia 28 de Janeiro,
foi reinaugurado como “Academia de Artes de Cascais”.
Altivo e pujante, assoberbado na
dignidade pétrea que lhe dá forma, o novo Edifício Cruzeiro vai ser pólo de
promoção cultural, recriando os laços de memória com o seu passado e
projectando-se no futuro como farol que ilumina a cultura de Cascais.
Bem-haja a Câmara Municipal de Cascais por esta extraordinária iniciativa!