por João Aníbal Henriques
Cruzaram-se os tempos na
homenagem sentida que a Junta de Freguesia de Cascais-Estoril e a Câmara
Municipal de Cascais fizeram ao Professor e Pedagogo José Dias Valente e à
Pintora Maria Helena Quina em conjunto com a Associação dos Antigos Alunos do
Colégio João de Deus.
O mote, sublinhado pelo
Vice-Presidente da CMC, Nuno Piteira Lopes, no discurso que acompanhou o
descerramento do retrato inaugurado na galeria de notáveis da freguesia, foi
colocado nos tempos que hão-de vir, numa alusão apelo directo à importância que
o exemplo de excelência dos que nos precederam neste espaço tem para a formação
do nosso futuro comunitário.
O trabalho extraordinário de José
Dias Valente na liderança do Colégio João de Deus, marcando sucessivas gerações
e oferecendo a Portugal a oportunidade de singrar no futuro recuperando os
principais valores da nossa identidade, foi perpectuado pelo traço e a sensibilidade
de Maria Helena Quina, e será a partir de agora um marco identitário que
ajudará reforçar a importância do seu legado para a formação educativa do
Cascais que ainda queremos ter.
É unânime junto dos antigos
alunos a influência que o “Patrão”, como chamavam ao Director Dias Valente,
teve nas suas vidas. E é comummente aceite por todos que a passagem pelo
Colégio João de Deus marcou toda a comunidade educativa com um traço distintivo
que se reconhece facilmente. O respeito e a responsabilidade que José Dias
Valente cultivava junto dos seus, e que plasmava na prática pedagógica do seu
João de Deus, acompanhava-se sempre de um apelo retumbante à criatividade, à
resiliência, e à diferença que todos sabiam que era característica de todos
aqueles que por ali passavam.
Nunca houve resignação no Colégio João de Deus. A comunidade educativa, seguindo o exemplo do seu carismático director, sempre se focou nas potencialidades dos seus alunos, reforçando as suas qualidades e utilizando-as como ferramentas para contornar os seus defeitos… fazendo, desta forma, gente forte, com o ímpeto da irreverência que marcou em definitivo as suas vidas e as daqueles que com eles se cruzaram nos caminhos sempre tortuosos das vidas de toda a gente.
Com esta homenagem, assume-se
publicamente que o futuro desta terra terá de se formatar neste seu exemplo,
recriando uma dinâmica comunitária onde todos e cada um são essenciais na
definição de um futuro congruente.
As flores deixadas junto da
sepultura de José Dias Valente simbolizam essa eternidade maior que acompanhou
a sua vida, estabelecendo uma ponte entre o seu tempo e o futuro maior que
acompanhará a próxima geração de Cascalenses.
Porque uma comunidade sã e responsável vive intensamente as suas origens e os seus alicerces. E a memória de José Dias Valente e Helena Quina é uma efectiva ponte pênsil que a singela homenagem da passada Sexta-feira veio estabelecer como compromisso de excelência para os nossos filhos e netos.