A gestão de um município, em
linha com a ancestral tradição municipalista que dá forma a Portugal, conjuga-se
no tempo futuro. É aí, perspectivando planos e projectos eivados pela ambição
de oferecer melhor qualidade de vida aos munícipes, que se encontram plasmadas
as potencialidades e as oportunidades de melhor fazer.
Mas, como dizia Santo Agostinho, a
conjugação do tempo futuro concretiza-se no presente. Porque é agora que o
futuro se prepara e é hoje que se definem os caminhos que preparamos para serem
trilhados amanhã…
E todos sabemos que neste desafio
que se pretende sustentado e sustentável, os alicerces estão obrigatoriamente
no passado. Estão na Identidade, na Cultura, nos usos e nas tradições de um
povo que herda geneticamente as qualidades dos seus antepassados
acrescentando-lhes no presente os ímpetos de excelência que serão a marca do seu
futuro!
Por isso, no âmbito das
comemorações do 30º aniversário da Fundação Cascais, provavelmente a mais
municipalista de todas as instituições criadas em Portugal, apresentei
publicamente o meu livro “O Outro Cascais” numa cerimónia plena de simbolismo
na mais significante sala da nossa terra.
Este livro representa um fechar
de ciclo, na freguesia de Cascais que me faltava tratar de forma coerente: São
Domingos de Rana. Não só porque foi ali que em 1993 demos os primeiros passos
no sentido de trazer até à luz a excelência extraordinária daquele recanto de
Cascais, como também porque é em São Domingos de Rana que se concentram as
maiores e melhores oportunidades e potencialidades que garantem ao concelho um
futuro congruente.
É um passeio que calcorreia os
caminhos, os becos e as veredas das terras de Rana e, uma vez mais, se insinua
por entre as histórias da História daquelas gentes. Porque o Outro Cascais,
aquele que se pressente no presente de São Domingos de Rana, é o futuro que
desponta já neste imenso presente. Mas é também um tempo dourado pelas memórias
sentidas de gerações consecutivas que ali viveram.
Fecho este ciclo com os parabéns
à Fundação Cascais, onde está muito da minha alma e coração. Na certeza de que
estes 30 últimos anos serão o mote que definirá o futuro de todos os
cascalenses. E um agradecimento muito especial à Câmara Municipal de Cascais,
que nos permitiu juntar-nos no Salão Nobre dos Paços do Concelho, bem como a
todos os que connosco lá estiveram e que tiveram a oportunidade de partilhar a
emoção profunda que se associa a um livro de História de Cascais focado no
futuro da Nossa Terra.
As fotografias são da autoria do
Guilherme Cardoso, do Luís Bento e do Gonçalo Borges Dias a quem igualmente
agradeço. Porque os rostos que eles registaram representam a esperança de um
futuro ainda melhor para as futuras gerações de cascalenses!
A todos o meu agradecimento!
João Aníbal Henriques