por: João Aníbal Henriques
Num exercício vil e ilegal, transtornando a vida a vários milhões de Portugueses, e pondo em causa a (já de si precária) sobrevivência de centenas de pequenas e médias empresas, grupos de camionistas resolveram dar voz aos seus protestos bloqueando Portugal.
Sabendo-se que têm razão quando mencionam o estado caótico em que se encontram as suas empresas, e que a recente subida do preço dos combustíveis põe em causa a continuidade da sua actividade, Portugal sabe também que essas queixas são transversais a muitos outros ramos de actividade (temo dizer que a todos os ramos de actividade), e que gasóleo mais barato, benefícios nos preços das portagens, na entrega do IVA ao Estado e nas taxas de IRC são benefícios de que urgentemente necessitam vários milhares de empresas Portuguesas de vários ramos.
Na situação específica a que assistimos, e pese embora o facto de todos compreenderem o desespero que se apoderou dos camionistas, não é possível compreender, entender e/ou aceitar que todo o País fique refém destas práticas e seja arrastado para um caos maior do que aquele para onde nos está já a levar uma situação internacionalmente instável e de graves (e possivelmente ainda impossíveis de entender na sua plenitude) consequências económicas, políticas e sociais.
Os bloqueios foram ilegais; as práticas foram ilegais; morreram pessoas; cidadãos deixaram de poder locomover-se, abastecer, adquirir alimentos, levar os filhos à escola e trabalhar; empresas deixaram de conseguir escoar os seus produtos e de receber matéria-prima para poder trabalhar; enfim… Portugal inteiro viu-se de mãos e pés atados perante um conjunto de práticas ilegais (leia-se ilegais como contrariando os preceitos definidos na Lei nacional).
O Estado, a quem todos nós pagamos (e bem) para nos garantir o cumprimento da Lei, desapareceu por completo durante a crise e, como se de uma guerra se tratasse, malfeitores davam entrevistas nos canais de televisão pressionando o Governo com ameaças de que se não cedessem rapidamente “transformariam o protesto numa Guerra Civil”!
E os cidadãos, cumpridores das suas obrigações e deveres; pagando os seus impostos; e obviamente esperando do Governo medidas concretas que colocassem um fim imediato às barbaridades que estavam a passar-se, tiveram de deixar de trabalhar, comprar alimentos e abdicar do seu quotidiano em prol de uma postura totalmente conivente de um Estado não representa nem defende ninguém.
No final do processo, já durante a madrugada de hoje, os grevistas ilegais resolveram aceitar todas as muitas benesses com que o Governo comprou o direito à Ordem Pública. Pagou-lhes em benefícios fiscais, descontos nas portagens e em quase todas as restantes regalias que eles exigiram.
Eu, cidadão Português, pagador dos meus impostos e cumpridor das minhas obrigações, também tenho dificuldades na minha empresa devido à carestia e, sobretudo, ao aumento do preço dos combustíveis.
Como é óbvio, também quero (e preciso) de descontos nas portagens; de benefícios no IRC e no pagamento do IRS; e de gasóleo mais barato.
Vou, por isso, enviar hoje mesmo uma carta ao primeiro-ministro a exigir tudo isto e, já agora, ameaçando-o de que vou cortar a A1 se não receber tudo aquilo que exigi nas próximas 24 horas!...
E o resto dos Portugueses que se lixem! Se quiserem venham comigo para as portagens de Alverca e usufruam das benesses que eles me vão dar.
É que em Portugal, sem Lei nem ordem, e com uma democracia da treta consumida por um Estado sem direito, só pela força e em total atropelo a tudo aquilo que deveriam ser as regras de um País civilizado, consciente e em desenvolvimento, se consegue fazer ouvir a voz de Portugal.
Num exercício vil e ilegal, transtornando a vida a vários milhões de Portugueses, e pondo em causa a (já de si precária) sobrevivência de centenas de pequenas e médias empresas, grupos de camionistas resolveram dar voz aos seus protestos bloqueando Portugal.
Sabendo-se que têm razão quando mencionam o estado caótico em que se encontram as suas empresas, e que a recente subida do preço dos combustíveis põe em causa a continuidade da sua actividade, Portugal sabe também que essas queixas são transversais a muitos outros ramos de actividade (temo dizer que a todos os ramos de actividade), e que gasóleo mais barato, benefícios nos preços das portagens, na entrega do IVA ao Estado e nas taxas de IRC são benefícios de que urgentemente necessitam vários milhares de empresas Portuguesas de vários ramos.
Na situação específica a que assistimos, e pese embora o facto de todos compreenderem o desespero que se apoderou dos camionistas, não é possível compreender, entender e/ou aceitar que todo o País fique refém destas práticas e seja arrastado para um caos maior do que aquele para onde nos está já a levar uma situação internacionalmente instável e de graves (e possivelmente ainda impossíveis de entender na sua plenitude) consequências económicas, políticas e sociais.
Os bloqueios foram ilegais; as práticas foram ilegais; morreram pessoas; cidadãos deixaram de poder locomover-se, abastecer, adquirir alimentos, levar os filhos à escola e trabalhar; empresas deixaram de conseguir escoar os seus produtos e de receber matéria-prima para poder trabalhar; enfim… Portugal inteiro viu-se de mãos e pés atados perante um conjunto de práticas ilegais (leia-se ilegais como contrariando os preceitos definidos na Lei nacional).
O Estado, a quem todos nós pagamos (e bem) para nos garantir o cumprimento da Lei, desapareceu por completo durante a crise e, como se de uma guerra se tratasse, malfeitores davam entrevistas nos canais de televisão pressionando o Governo com ameaças de que se não cedessem rapidamente “transformariam o protesto numa Guerra Civil”!
E os cidadãos, cumpridores das suas obrigações e deveres; pagando os seus impostos; e obviamente esperando do Governo medidas concretas que colocassem um fim imediato às barbaridades que estavam a passar-se, tiveram de deixar de trabalhar, comprar alimentos e abdicar do seu quotidiano em prol de uma postura totalmente conivente de um Estado não representa nem defende ninguém.
No final do processo, já durante a madrugada de hoje, os grevistas ilegais resolveram aceitar todas as muitas benesses com que o Governo comprou o direito à Ordem Pública. Pagou-lhes em benefícios fiscais, descontos nas portagens e em quase todas as restantes regalias que eles exigiram.
Eu, cidadão Português, pagador dos meus impostos e cumpridor das minhas obrigações, também tenho dificuldades na minha empresa devido à carestia e, sobretudo, ao aumento do preço dos combustíveis.
Como é óbvio, também quero (e preciso) de descontos nas portagens; de benefícios no IRC e no pagamento do IRS; e de gasóleo mais barato.
Vou, por isso, enviar hoje mesmo uma carta ao primeiro-ministro a exigir tudo isto e, já agora, ameaçando-o de que vou cortar a A1 se não receber tudo aquilo que exigi nas próximas 24 horas!...
E o resto dos Portugueses que se lixem! Se quiserem venham comigo para as portagens de Alverca e usufruam das benesses que eles me vão dar.
É que em Portugal, sem Lei nem ordem, e com uma democracia da treta consumida por um Estado sem direito, só pela força e em total atropelo a tudo aquilo que deveriam ser as regras de um País civilizado, consciente e em desenvolvimento, se consegue fazer ouvir a voz de Portugal.