Sublinhando a semelhança profunda que existe entre a Europa
actual e a Europa que existia em 1913, quando parecia óbvio a todos os países
que jamais voltaria a haver um conflito de larga escala em território Europeu,
o ex-líder do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker veio a público alta os parceiros
comunitários para o agravamento exponencial das tensões internas devido ao
aprofundar da crise.
Esta posição, impensável há apenas 2 ou 3 anos, está a
tornar-se numa espécie de cenário comum à maior parte dos analistas políticos
que, estabelecendo paralelos pragmáticos entre o clima de gravíssima crise em
que vivemos com o que se passou nos momentos imediatamente anteriores à eclosão
da I e da II Guerra Mundial, cada vez mais consideram plausível que o desfecho
final desta situação seja um conflito globalizado com repercussões
negativíssimas para os cidadãos.
A guerra e a fome, resultantes da incapacidade que os vários
estados têm demonstrado para resolver os problemas com que se debatem, parecem
ser o cenário mais provável a curto prazo.
Em países como a Grécia ou a Itália, e mesmo em Espanha,
Portugal e até na própria Alemanha, o clima de crise tem incentivado o
renascimento de ressentimentos que todos julgavam que estariam enterrados para
sempre. As posições anti-Alemãs, assentem nos mesmos pressupostos que fizeram
despoletar os dois grandes conflitos bélicos do Século XX, são a consequência imediata
deste federalismo centralista para o qual a Europa está a caminhar.
Será que ainda falta alguma coisa para que se comece a inverter este processo?