Sete anos depois de legalizado,
começam agora a ser publicados os primeiros relatórios dramáticos e oficiais sobre
esta prática inumana que até agora dizimou a vida de mais de 100.000
Portugueses.
De facto, de acordo com os dados
publicados na edição de hoje do Diário de Notícias, entre 2008 e 2012 foram efectuados
97.996 abortos legais em Portugal, representando um cenário de paulatino e
permanente aumento e mostrando que esta opção é entendida, cada vez mais, como
um mero procedimento de contracepção.
A humanidade das crianças que
foram mortas é, desta forma, posta em causa, dado os abortos feitos em 2012 por
opção da mulher corresponderem a cerca de 97% do total de abortos efectuados
nesse ano. Ou seja, somente em 437 casos a prática do aborto se ficou a dever a
problemas de saúde ou a malformações do feto, sendo que nos restantes 18.408
casos foi pura e simplesmente uma forma simples de resolver um problema
imediato.
Mais graves ainda são os números
relativos à banalização desta prática! 20,4 % das mulheres que praticaram
aborto já tinham feito outros abortos anteriormente, sendo que 4,3% já tinha
feito dois, 1,5 % já tinha feito três abortos, e 1,7 % já era o segundo que
fazia no mesmo ano.
Para além de um gravíssimo
problema de saúde pública, dado tudo isto ser pago com dinheiro do Estado e
conferir o direito a regalias que estão próximas daqueles que se conferem ao
exercício da própria maternidade, ou seja, obrigando todos os Portugueses (concordem
ou não com o aborto) a pagar do seu bolso esta prática, esta realidade
pressupõe uma absoluta desumanização da nossa sociedade, que nem sequer confere
à criança concebida o direito de ser defendido, dado ser totalmente indefesa no
momento em que a sua vida lhe é roubada.
Um cenário inaceitável que
deveria obrigar o Estado a repensar uma situação que certamente não traduz a
vontade da maioria dos Portugueses.