Sendo certo que se forem bem geridos, os festivais e as feiras ajudam a colocar Cascais no mapa e a reforçar a sua visibilidade, importa saber quanto custam à Câmara Municipal de Cascais as sucessivas festas, feiras e festivais que permanentemente têm enchido a nossa Vila durante os últimos tempos.
É que, depois da tomada de posse
para este novo mandato, o actual executivo municipal explica reiteradamente que
não tem dinheiro para apoiar as principais instituições culturais do Concelho,
para concluir obras estruturais das quais depende o futuro dos Cascalenses e
nem sequer para garantir a condigna manutenção do seu património histórico que,
com uma importância inaudita, e suficiente para reforçar a apetência turística
da região enquanto destino de excepção nesta Europa em que vivemos, se vai
esboroando e perdendo ao sabor da falta de vontade.
Veja-se o inqualificável estado
de abandono em que se encontra a Villa Romana de Freiria. Atente-se ao
desmazelo inadmissível em que se estão as Grutas pré-Históricas de Alapraia.
Verifique-se a incúria que envolve a Estação Arqueológica dos Casais Velhos. Visite-se
o amontoado de lixo que cobre a Villa Romana de Miroiços. Espreite-se o
estacionamento em que se transformou a Villa Romana do Alto do Cidreira… ou as
ruínas que se multiplicam no Monte Estoril ou na Parede…
Mas os palcos colocados junto à
câmara todos continuam sempre em festa!
Dizem também os empresários da
restauração de Cascais que as enchentes que a vila conhece nada trazem à
economia do Concelho. E explicam que, com as muitas barracas que acompanham os
eventos organizados pela edilidade, chegam sempre as barracas dos “comes-e-bebes”
que se instalam nos pontos estratégicos e que fazem concorrência desleal a quem
cá está e paga (bem pagas) as muitas licenças de utilização dos espaços.
Nada tendo contra as feiras e os arraiais que colocam Cascais em festa, acredito que tem de existir um equilíbrio entre o que se diz e o que se faz nesta nossa terra. Sob pena de a região (sobretudo depois de terem matado a marca centenária e pujante do 'Estoril' e de absurdamente tentarem a substituição pelo nome de Cascais) se transformar numa versão reles da Madeira, pondo em causa as muitas riquezas que Cascais ainda tem em troca da promoção política e pessoal de uns quantos.
Nada tendo contra as feiras e os arraiais que colocam Cascais em festa, acredito que tem de existir um equilíbrio entre o que se diz e o que se faz nesta nossa terra. Sob pena de a região (sobretudo depois de terem matado a marca centenária e pujante do 'Estoril' e de absurdamente tentarem a substituição pelo nome de Cascais) se transformar numa versão reles da Madeira, pondo em causa as muitas riquezas que Cascais ainda tem em troca da promoção política e pessoal de uns quantos.