O dia 1 de Dezembro marca uma
data incontornável para Portugal. Em 1640, depois de avanços e recuos que foram
determinantes para a definição do conjunto de práticas que deram forma à
recuperação da independência nacional, os conjurados defenestraram (atiraram-no
pela janela) Miguel de Vasconcelos e entregaram o trono de Portugal ao Duque de
Bragança que foi aclamado como Dom João IV.
Durante muitos anos, uma prática
reiterada que procurava reforçar a nossa identidade, o dia 1 de Dezembro foi
feriado em Portugal. E foi feriado grande, devidamente celebrado um pouco por
todo o País, precisamente porque marcava o mais importante de todos os
acontecimentos políticos desde o dia 5 de Outubro de 1143 quando Dom Afonso
Henriques fez nascer Portugal…
Mas depois de 1974, com governos
atrás de governos e eleições atrás de eleições, os partidos políticos colocaram
Portugal na bancarrota e, em situação de profunda dependência estrangeira e de
subjugação à vontade de uma Europa onde a Alemanha tem a principal voz,
resolveram abolir a comemoração.
E não o fizeram de forma linear…
escondendo-se por detrás das desculpas que julgavam ser suficientes para lhes
preservar a face, optaram por uma explicação fajuta, dizendo que a abolição do
feriado seria essencial para a recuperação económica de Portugal! Dizem eles
que sem este feriado, a produtividade de Portugal aumentará de forma exponencial.
Mas mentem. Mentem porque o peso
económico da abolição deste feriado é de tal forma residual que que é possível
que não é nenhum. E mentiram também porque a única consequência directa desta
abolição é uma drástica, efectiva e muito substancial diminuição da consciência
política nacional, associando a “pouca importância da restauração da
independência” ao puro e simples esquecimento das circunstâncias que nessa
altura viveu Portugal.
Agora, sem o feriado, a restauração
da independência pura e simplesmente desapareceu das escolas, das salas de
aulas e da memória nacional. Agora, tal como queriam os estrangeiros que
controlam de forma efectiva os destinos e o devir do nosso País, está enfraquecida
da Identidade Nacional.
Olhando criticamente à nossa
volta, é árida a paisagem e vazios estão os campos onde ecoavam os gritos e as
lutas dos nossos avós… E no seu lugar, para que cumpramos o destino que quem
nos controla determinou, está o aquiescer perante interesses estrangeiros, num
laivo de subserviência de um povo que sabe que já se perdeu a independência de
Portugal.
Dia 1 de Dezembro de 2014.
Triste.