por João Aníbal Henriques
Outubro de 2018 começou com uma
marca negra no Concelho de Cascais. Mais uma vez, de forma inesperada e
fortemente impactante, um enorme incêndio que terá deflagrado junto ao
Santuário da Peninha, já no Concelho de Sintra, reduziu a cinzas uma área
vastíssima que se prolongou até junto à linha de costa na Praia do Guincho.
O terror da noite do incêndio,
que ameaçou a Malveira-da-Serra, o Zambujeiro, a Charneca e vários outros
aglomerados habitacionais situados dentro da área do Parque Natural
Sintra-Cascais, levou à evacuação de pessoas, animais e bens e obrigou a uma
operação de grande relevo por parte das entidades competentes.
Os cerca de 700 homens que
combateram as chamas durante toda a noite, apoiados por meios terrestres e aéreos,
foram insuficientes perante a dimensão da tragédia e o fogo foi alastrando até
consumir quase por completo a zona da duna consolidada da Cresmina, os
passadiços que permitiam o seu usufruto e várias espécies endógenas que haviam
sido recuperadas ao longo dos últimos anos e que estavam a devolver ao local a linearidade
ambiental de outros tempos.
Mas o mais impressionante desta
tragédia, numa altura em que Cascais ainda cheira a fumo, foi a resposta dos
Cascalenses a um apelo lançado pela edilidade e que pedia ajuda para limpar os
terrenos ardidos.
Na manhã do último Sábado, foram
mais de 1200 os Cascalenses que responderam ao repto da Câmara Municipal de
Cascais e que, pondo as mãos na Nossa Terra, deram o seu contributo para
recuperar a nossa serra.
Impressionantes a entrega, a
devoção e o carinho que emocionou quem teve a sorte de ter podido participar e
colaborar nesta iniciativa!
Demonstra que a Identidade
Municipal é, de facto, indestrutível!
Parabéns à organização pela
iniciativa e pela mobilização. Assim vale mesmo a pena.