por: João Aníbal Henriques
No debate que hoje decorreu no Parlamento Português, José Sócrates anunciou que vai criar medidas de incentivo à natalidade.
Este anúncio, feito pouco tempo depois da publicação de estudos recentes que apontam para problemas graves na nossa pirâmide social dentro de pouco mais de uma geração, com um aumento exponencial e quase incontrolado do número de idosos dependentes relativamente aos jovens e aos adultos com capacidade produtiva, era já expectável e afigura mais uma das vicissitudes graves de que enferma o nosso sistema.
Ainda está fresca na (má) memória de todos os portugueses, a recente campanha a favor do aborto e contra a vida, como estará também bem presente o esforço que Sócrates e o Partido Socialista fizeram para que se legalizasse com rapidez aquela prática. Mesmo sabendo que há menos de dez anos um primeiro referendo havia chumbado a legalização da atrocidade, a pressão sistemática de grupos, partidos e organizações de esquerda, obrigaram o Governo a assumir a sua posição contrária à vida e a defesa de mais um instrumento de morte.
Sem (re)entrar na discussão argumentativa relativamente à posição anti-aborto que é, por factores históricos, religiosos e sociais, aquela que melhor traduz a essência da Portugalidade, parece ficar bem patente que o anúncio de hoje é um contra-senso que, apesar de vir ao encontro das necessidades reais de Portugal, acaba por pôr em causa as posições que o Governo tomou há poucos meses atrás.
As medidas pró-vida que o primeiro-ministro vem agora anunciar, alicerçadas em condicionantes de ordem económica, pois a falência do sistema de segurança social será acelerada à medida em que a taxa de envelhecimento populacional de agrava, são a prova mais cabal da ineficácia das nossas instituições representativas, e das motivações que, colocadas sempre à frente dos interesses de Portugal, acabam por servir de mote à tomada de posições, decisões e às intervenções públicas de quem nos diz governar.
Todos sabíamos, quando o aborto foi legalizado e até muitos anos antes (lembro-me de ouvir uma palestra sobre o efeito dada pelo antigo presidente do CDS, Lucas Pires, algures nos idos de 80), qual era o grau de envelhecimento da população, e quais as repercussões que tal tinha no devir futuro da Nação. Todos tínhamos consciência que, sem um apelo constante, permanente e profícuo à vida, feito desde os bancos das escolas, até às empresas e aos demais ramos da sociedade civil, o envelhecimento populacional que nos afecta acabaria por pôr em causa a própria existência futura de Portugal.
Por isso, quando se digladiaram em torno da legalização do aborto, todas as posições tomadas pelos partidos que nele se envolveram tiveram como critério de base não o principal interesse de Portugal, que era o de zelar pelo crescimento da nossa natalidade, nem sequer fundamentos ideológicos que suportassem as posições, mas sim o interesse eleitoralístico momentâneo que fez com que fosse politicamente correcto (e rendesse votos) ser a favor do aborto naquela ocasião. Agora, quando está em causa um eventual aumento (drástico) das contribuições para a segurança social, que é uma das únicas formas de prolongar por uns tempos a agonia do sistema, e sabendo de antemão que serão extremamente impopulares todas as medidas que se venham a tomar nesse sentido, os mesmos que defenderam a morte vêm agora defender a vida… dando o dito por não dito… contradizendo-se descaradamente… e somente porque, daqui para frente, dará votos dizer-se que se fez tudo o que era possível, para inverter esta tendência de envelhecimento de Portugal!...
A conclusão a que chegamos só pode ser uma: não representando praticamente ninguém (o Presidente da Câmara de Lisboa foi eleito recentemente com os votos de 10% dos lisboetas…), os partidos políticos que temos são nefastos aos interesses de Portugal.
Este anúncio, feito pouco tempo depois da publicação de estudos recentes que apontam para problemas graves na nossa pirâmide social dentro de pouco mais de uma geração, com um aumento exponencial e quase incontrolado do número de idosos dependentes relativamente aos jovens e aos adultos com capacidade produtiva, era já expectável e afigura mais uma das vicissitudes graves de que enferma o nosso sistema.
Ainda está fresca na (má) memória de todos os portugueses, a recente campanha a favor do aborto e contra a vida, como estará também bem presente o esforço que Sócrates e o Partido Socialista fizeram para que se legalizasse com rapidez aquela prática. Mesmo sabendo que há menos de dez anos um primeiro referendo havia chumbado a legalização da atrocidade, a pressão sistemática de grupos, partidos e organizações de esquerda, obrigaram o Governo a assumir a sua posição contrária à vida e a defesa de mais um instrumento de morte.
Sem (re)entrar na discussão argumentativa relativamente à posição anti-aborto que é, por factores históricos, religiosos e sociais, aquela que melhor traduz a essência da Portugalidade, parece ficar bem patente que o anúncio de hoje é um contra-senso que, apesar de vir ao encontro das necessidades reais de Portugal, acaba por pôr em causa as posições que o Governo tomou há poucos meses atrás.
As medidas pró-vida que o primeiro-ministro vem agora anunciar, alicerçadas em condicionantes de ordem económica, pois a falência do sistema de segurança social será acelerada à medida em que a taxa de envelhecimento populacional de agrava, são a prova mais cabal da ineficácia das nossas instituições representativas, e das motivações que, colocadas sempre à frente dos interesses de Portugal, acabam por servir de mote à tomada de posições, decisões e às intervenções públicas de quem nos diz governar.
Todos sabíamos, quando o aborto foi legalizado e até muitos anos antes (lembro-me de ouvir uma palestra sobre o efeito dada pelo antigo presidente do CDS, Lucas Pires, algures nos idos de 80), qual era o grau de envelhecimento da população, e quais as repercussões que tal tinha no devir futuro da Nação. Todos tínhamos consciência que, sem um apelo constante, permanente e profícuo à vida, feito desde os bancos das escolas, até às empresas e aos demais ramos da sociedade civil, o envelhecimento populacional que nos afecta acabaria por pôr em causa a própria existência futura de Portugal.
Por isso, quando se digladiaram em torno da legalização do aborto, todas as posições tomadas pelos partidos que nele se envolveram tiveram como critério de base não o principal interesse de Portugal, que era o de zelar pelo crescimento da nossa natalidade, nem sequer fundamentos ideológicos que suportassem as posições, mas sim o interesse eleitoralístico momentâneo que fez com que fosse politicamente correcto (e rendesse votos) ser a favor do aborto naquela ocasião. Agora, quando está em causa um eventual aumento (drástico) das contribuições para a segurança social, que é uma das únicas formas de prolongar por uns tempos a agonia do sistema, e sabendo de antemão que serão extremamente impopulares todas as medidas que se venham a tomar nesse sentido, os mesmos que defenderam a morte vêm agora defender a vida… dando o dito por não dito… contradizendo-se descaradamente… e somente porque, daqui para frente, dará votos dizer-se que se fez tudo o que era possível, para inverter esta tendência de envelhecimento de Portugal!...
A conclusão a que chegamos só pode ser uma: não representando praticamente ninguém (o Presidente da Câmara de Lisboa foi eleito recentemente com os votos de 10% dos lisboetas…), os partidos políticos que temos são nefastos aos interesses de Portugal.