por: João Aníbal Henriques
Num brilhante artigo de opinião no Diário de Notícias de hoje, o jornalista Sena Santos, provavelmente imbuído do espírito europeu que resulta do início da Presidência Portuguesa da União Europeia, apresenta a Portugal o nunca concretizado (mas sempre presente) projecto de criação dos Estados Unidos de África.
Citando o Presidente da Líbia, Sena Santos refere ainda que a divisão no continente africano se fica a dever à intervenção da Europa e dos Estados Unidos que, dependendo em grande escala dos recursos daquele continente, geram uma série de estratégias político-económicas que procuram manter em clima de grande instabilidade os muitos países ali existentes.
Se olharmos para a História recente do Mundo, há um facto que corrobora as opiniões tantas vezes insensatas do presidente líbio… a Conferência de Berlim, de génese europeísta, traçou com régua e esquadro (para não dizer com esquadro e compasso) o novo mapa das “nações” africanas, impondo um desenho de fronteiras que nada tem a haver com as reais Nacionalidades milenares (com bases políticas, económicas, religiosas e sobretudo culturais) pré-existentes. Misturaram-se etnias, credos, cores, interesses, princípios e doutrinas em nome de pseudo-nações que nunca o foram, e gerou-se um clima de instabilidade permanente, morte constante e fome assolapada, que resulta do facto de esses países não possuírem este substrato Nacional.
E quem ganhou com isso? A resposta é óbvia e de todos conhecida… os Estados Unidos da América e a Europa dita industrializada. Ambas as partes, apoiando e desapoiando grupos, grupelhos, pseudo-partidos políticos e formas de viver culturalmente impossíveis de concretizar naquele continente, fomentaram a guerra permanente em nome de uma democracia que serve de desculpa e pano de fundo para tudo aquilo que por ali se queria fazer.
Mas em primeiro dia de presidência portuguesa, chegamos finalmente a Portugal!
Portugal, situado num extremo do velho continente, e com as costas voltadas à Europa, assume milenarmente a sua vocação atlântica. E essa, como desde cedo o perceberam os nossos avoengos predecessores, só poderia resultar numa aproximação àqueles que connosco partilham sentimentos, crenças, interesses e emoções.
África, ali mesmo à frente do nosso nariz, partilha connosco quase tudo. Que o digam os milhares de africanos que connosco vivem desde há gerações, e os muitos portugueses que durante Séculos viveram, nasceram, cresceram e morreram em África, e de onde não teriam retornado se não fossem as revoluções que nos impuseram…
E um pouco mais à frente, já no continente americano, o Brasil… com quem desde sempre partilhámos tudo, e com o qual metade dos portugueses se identificam claramente. Agostinho da Silva, na sua faceta de erudito da portugalidade, dizia amiúde que o Brasil é África com coração de Portugal.
E agora, quando José Sócrates (o engenheiro) vem dizer que existe um largo consenso sobre europeísmo em Portugal, parece impossível que ninguém lhe explique duas coisas essenciais:
1. Portugal é muito mais africano do que Europeu;
2. Nuns Estados Unidos de África, riquíssimos em termos culturais, em termos de recursos, em termos de meios humanos, em termos de matérias-primas, etc. Portugal, enquanto enclave africano na Europa, poderia fazer toda a diferença, a bem de si próprio, dos portugueses e de milhões e milhões de africanos que, dessa forma, teriam podido evitar guerras, fomes, doenças e o controle externo que desde há mais de trinta anos os tem vindo a afectar.
No início da presidência portuguesa da Europa só apetece gritar bem alto: Viva África!
Citando o Presidente da Líbia, Sena Santos refere ainda que a divisão no continente africano se fica a dever à intervenção da Europa e dos Estados Unidos que, dependendo em grande escala dos recursos daquele continente, geram uma série de estratégias político-económicas que procuram manter em clima de grande instabilidade os muitos países ali existentes.
Se olharmos para a História recente do Mundo, há um facto que corrobora as opiniões tantas vezes insensatas do presidente líbio… a Conferência de Berlim, de génese europeísta, traçou com régua e esquadro (para não dizer com esquadro e compasso) o novo mapa das “nações” africanas, impondo um desenho de fronteiras que nada tem a haver com as reais Nacionalidades milenares (com bases políticas, económicas, religiosas e sobretudo culturais) pré-existentes. Misturaram-se etnias, credos, cores, interesses, princípios e doutrinas em nome de pseudo-nações que nunca o foram, e gerou-se um clima de instabilidade permanente, morte constante e fome assolapada, que resulta do facto de esses países não possuírem este substrato Nacional.
E quem ganhou com isso? A resposta é óbvia e de todos conhecida… os Estados Unidos da América e a Europa dita industrializada. Ambas as partes, apoiando e desapoiando grupos, grupelhos, pseudo-partidos políticos e formas de viver culturalmente impossíveis de concretizar naquele continente, fomentaram a guerra permanente em nome de uma democracia que serve de desculpa e pano de fundo para tudo aquilo que por ali se queria fazer.
Mas em primeiro dia de presidência portuguesa, chegamos finalmente a Portugal!
Portugal, situado num extremo do velho continente, e com as costas voltadas à Europa, assume milenarmente a sua vocação atlântica. E essa, como desde cedo o perceberam os nossos avoengos predecessores, só poderia resultar numa aproximação àqueles que connosco partilham sentimentos, crenças, interesses e emoções.
África, ali mesmo à frente do nosso nariz, partilha connosco quase tudo. Que o digam os milhares de africanos que connosco vivem desde há gerações, e os muitos portugueses que durante Séculos viveram, nasceram, cresceram e morreram em África, e de onde não teriam retornado se não fossem as revoluções que nos impuseram…
E um pouco mais à frente, já no continente americano, o Brasil… com quem desde sempre partilhámos tudo, e com o qual metade dos portugueses se identificam claramente. Agostinho da Silva, na sua faceta de erudito da portugalidade, dizia amiúde que o Brasil é África com coração de Portugal.
E agora, quando José Sócrates (o engenheiro) vem dizer que existe um largo consenso sobre europeísmo em Portugal, parece impossível que ninguém lhe explique duas coisas essenciais:
1. Portugal é muito mais africano do que Europeu;
2. Nuns Estados Unidos de África, riquíssimos em termos culturais, em termos de recursos, em termos de meios humanos, em termos de matérias-primas, etc. Portugal, enquanto enclave africano na Europa, poderia fazer toda a diferença, a bem de si próprio, dos portugueses e de milhões e milhões de africanos que, dessa forma, teriam podido evitar guerras, fomes, doenças e o controle externo que desde há mais de trinta anos os tem vindo a afectar.
No início da presidência portuguesa da Europa só apetece gritar bem alto: Viva África!