Desejada pelos Cascalenses desde
há muitas décadas, e concretizada somente em 2003 sob a presidência de António
Capucho com o entusiasmo de António Carvalho, Cascais teve, durante uma década,
uma excelente Agenda Cultural.
Com periodicidade bimestral, a
Agenda Cultural de Cascais incluía toda a programação cultural do Concelho e
pequenos apontamentos historiográficos sobre peças importantes – e por vezes
mal conhecidas – do Património Cascalense. Era um instrumento indispensável para
todos aqueles que tinham vontade de usufruir da muita e excelente programação
cultural de Cascais e, para muitos, chegava mesmo a ser uma espécie de objecto
de culto que comerciantes e munícipes coleccionavam, pelo valor intrínseco de
memória que a mesma continha.
Quando saía, era normal vê-la nas
mãos dos que circulavam pelas colectividades, academias, associações e demais
instituições do concelho, bem como dos munícipes seniores que se habituaram a
encontrar ali toda a informação acerca do que de melhor se fazia em Cascais.
Este mês, alegando uma pretensa “sustentabilidade
económica dos projectos” , o recém-eleito executivo municipal decidiu extinguir
a versão em papel da Agenda Cultural e, contrariando a vontade expressa pelos
Cascalenses há muitos anos, passar a produzi-la exclusivamente numa versão
online.
Perde-se tudo. Perdem-se as
memórias, a ligação e a informação dos Cascalenses em relação às memórias de
Cascais. Perdem os produtores culturais do Concelho que, a partir de agora,
deixam de te um instrumento de promoção do seu trabalho. Perde a identidade de
Cascais que, na lógica do poder político municipal, não vale o custo de
impressão da Agenda Cultural.
A Agenda Cultural não incluía propaganda
política e não servia outros interesses que não os da cultura da Nossa Terra.
Mais uma vez perde Cascais. Infelizmente…