Em resposta ao pedido feito pelo
deputado e ex-Ministro Miguel Macedo para que fosse levantada a sua imunidade
parlamentar para lhe permitir ser ouvido e defender-se no caso dos vistos gold
que está actualmente em investigação, a Comissão de Ética da Assembleia da
República respondeu negativamente, escudando-se no facto de o antigo
governantes não ter sido constituído arguido nem testemunha no dito processo e
explicando que, dessa forma, estaria a defender a instituição!
Esta decisão, tomada unanimemente
por todos os partidos ali representados, representa mais uma machadada, ao
abrigo da legalidade que depende da própria Assembleia da República, no rigor e
na transparência que deveria acompanhar a prática política em Portugal.
Dizem que quem não deve não teme.
E, assim sendo, a audição do antigo ministro nas instituições próprias
contribuiria para reforçar a transparência que os Portugueses desejam e para
afastar o clima de transversal suspeição que acompanha ultimamente os agentes
políticos. É que, conforme Miguel Macedo mostrou quando efectuou o pedido, o
processo em causa é um assunto do foro da justiça e não da política.
Mas, 41 anos depois do 25 de
Abril, todos sabemos que só quem não deve é que não teme…