Depois de um número absolutamente
inaceitável de greves que se estendem desde há mais de um ano e que prejudicam
de forma muito grave a vida dos utentes e demais passageiros da CP, e de uma
greve suicida com a duração de cinco dias durante o período das férias da
Páscoa, com implicações gravosas e incongruentes no sector do turismo, eis que
se anuncia nova greve na Refer para o próximo dia 16 de Abril.
Esta forma de luta, que é um direito
legalmente constituído, deveria assentar num respeito incontornável pelo
direito que os utentes têm de utilizar um meio de transporte pelo qual já
pagaram e do qual dependem para trabalhar. Deveria também, num estado que se
quer de direito, respeitar o facto de os ditos utentes nada terem a ver com
qualquer espécie de reivindicações apresentadas pelos sindicatos para
justificar a greve. Deveria, porque disso depende a sobrevivência da própria
democracia, dar corpo à máxima de que só merece respeito quem respeita.
E por isso, num clima
generalizado de mal-estar e de incómodo de centenas de milhares de Portugueses
perante esta postura desrespeitosa e irresponsável dos sindicatos que convocam
estas greves, somos obrigados a concordar com a frase que cada vez se ouve mais
nos comboios Portugueses: “privatizem isto rapidamente e ponham esta gente toda
no olho da rua”!