Durou pouco mais de quarenta e um
anos em Portugal! A liberdade de expressão, conquista paradigmática da mudança
de regime acontecida em 1974, que custou sangue e lágrimas a muitos milhares de
Portugueses, ficou definitivamente comprometida com a Providência cautelar
importa pelos advogados de José Sócrates visando as notícias sobre o famigerado
“Processo Marquês”.
Num acto inédito que muitos
constitucionalistas ousam caracterizar como de censura e inconstitucionalidade,
a juíza Florbela Filomena Moreira Lança de Vieira Martins impede os órgãos de
comunicação social do Grupo Cofina de publicarem notícias sobre aquele
mediático processo que, de acordo com a Lei, pode ser consultado livremente por
qualquer cidadão que se constitua assistente!
Com todo o País desejoso de rigor
e de verdade, predicados que parecem ter-se perdido no emaranhado desta
autêntica ditadura partidária em que enredaram Portugal, é pernicioso,
comprometedor e mesmo mesquinho este acto de privar os Portugueses de saberem o
que verdadeiramente andou a fazer esta gente.
E o poder político, perdido nas
aleivosidades que caracterizam a autêntica guerra em que os partidos meteram
Portugal, vão assobiando para o lado e teimando em dizer aos muitos Portugueses
a quem parece que nem vale a pena participar nos actos eleitorais, que
continuamos a ter uma democracia em Portugal!
Vale a pena ler o editorial de hoje do Correio da Manhã. Até porque sem imprensa livre pura e simplesmente não existe democracia.