sexta-feira

O Euro, a China e o Futuro de Portugal




Foi hoje tornado público em Portugal, que o “sucesso” da oferta de dívida pública que o estado português colocou esta semana se ficou a dever ao facto de a China ter aceite participar mediante a abertura do capital da GALP aos empresários chineses.

Teoricamente pouco relevante, basicamente porque já todos sabíamos que era intento do actual primeiro-ministro ir ao Oriente buscar algum apoio a este nível, é no entanto um dos mais importantes dados dos últimos tempos se o integrarmos no contexto europeu.

Incapaz de responder aos muitos desafios que vão surgindo no horizonte, a Europa percebeu finalmente que não será fácil recriar-se em torno de uma federação pacificamente aceite pelos países da periferia e, acima de tudo, entendeu que toda a estratégia desenvolvida pelos países ditos mais desenvolvidos de investir nos PIGS de forma a conseguir controlá-los daqui a algum tempo, está definitivamente comprometida.

Ou seja, com a entrada da China no capital da GALP existem três constatações que deveremos reter: a primeira é a de que existem alternativas ao domínio que a Alemanha e a França pretendiam desenvolver sobre nós como contrapartida à “ajuda” que nos dariam para resolver o problema do défice que temos com eles; em segundo lugar, que o Euro que nos impingiram como sendo essencial para desenvolver Portugal só serve para consolidar o poderio federalista desses países, colocando em causa a soberania dos países a que eles chamam “periféricos”; e em terceiro lugar, para desespero da generalidade dos eurocratas, comprova-nos que sem este Euro, numa Europa de estados soberanos e livres de pactos e tratados que Franceses e Alemães nos impuseram, ficam eles próprios incapazes de responder economicamente às economias emergentes.

Resumindo e concluindo: estão a mentir aos Portugueses. A Europa que nos venderam enquanto protectora e sinónimo de transparência, rigor e lealdade no relacionamento entre os estados, é exactamente o contrário disso.

O caminho de Portugal, colocado na cabeça de uma Europa voltada ao Atlântico e estrategicamente posicionado como porta de entrada de todas estas economias novas e verdadeiramente mais transparentes, deve ser em direcção à assumpção da sua soberania Nacional.

Com esse rumo, encontraremos certamente mais oportunidades de crescimento e afirmação do que no contexto de uma Europa federada que vai, efectivamente, espezinhar e destruir os interesses dos Portugueses.