por João Aníbal Henriques
A instalação do Convento Franciscano no Estoril
aconteceu em 1527, no mesmo ano em que a Ordem entra em Portugal. De características sui-generis, pela sua proximidade ao mar e pelo Santo de Devoção –
Santo António do Estoril, o espaço em questão, mesclado de um intenso sabor a
mar, pouco conhecido da generalidade dos espaços da Ordem, é também
condicionado por uma forte presença da Serra de Sintra, marcando assim o desenvolvimento
de um enorme potencial de aprofundamento religioso que os frades que ali se
instalavam vão aproveitar de uma forma bastante profícua.
Pertença do Dr. Luís da Maia, clérigo do hábito de
São Pedro, o terreno onde veio a instalar-se o convento, possuía já uma pequena
capela dedicada a São Roque, mandada construir alguns anos antes, em data não
determinada, por Leonor Fernandes, moradora no Casal do Estoril. O momento em
que o ilustre prelado oferece o terreno à Ordem, que o recebe pela mãos de Rodrigo
de Sant’Iago, é precisamente aquele que marca o início do processo de
construção do idílio conventual, para o qual se utilizaram, trazidas do
derruído Convento de Enxombregas, as pedras que vieram a consolidar as suas
paredes. A direcção das obras assumidas
por Rodrigo de Sant’Iago foi de tal modo perene, que depressa se concluiu a
construção do novo templo que, composto por uma única nave, possuía no entanto
três altares, onde se prestava culto à imagem de Nossa Senhora da Boa Nova, a
São Domingos e a São Francisco. Segundo a ‘Crónica
Seráfica da Santa Província dos Algarves’, na qual se descrevem os
edifícios da Ordem de São Francisco, existiria ainda uma imagem de Santo
António ao lado da epístola, no altar-mor, que possivelmente seria datável de
um momento anterior à edificação do edifício.
Ao que parece, o grande êxito que veio a enformar a
existência do convento, e que lhe granjeou uma fama que trouxe a estas paragens
uma série de importantes vultos da vida Nacional, ficou a dever-se à imagem da
Santa Padroeira, a já referida Senhora da Boa Nova, com os seus três palmos de
altos, e com feições consideradas «gráceis e perfeitinhas». Joana Manuel, a
quem havia sido instituído o Morgado do Estoril, Manuel Jorge, síndico do
convento, Álvaro Martins, marinheiro de água doce e o Marquês de Castelo
Rodrigo, apoiante incondicional da submissão filipina, são apenas alguns dos
mais evidentes apoiantes da Causa Franciscana estorilense, contribuindo com
importâncias que, em conjunto com a exploração agrícola que os monges foram
desenvolvendo nos terrenos que desciam até à praia, garantiam a possibilidade
de se irem promovendo as obras de remodelação e de manutenção que permitiram ao
convento subsistir e até desenvolver-se à medida em que se ia avançando para a segunda
metade do século XVIII, quando o terramoto de 1755 veio pôr em causa a sua
existência.
Os monges do Estoril, dedicados a uma vida de
interiorização na qual o trabalho árduo das muito pouco férteis terras
conventuais era , desenvolveram uma postura religiosa que em muito se afastou
daquela outra que caracterizou a Ordem Carmelita instalada no Convento de Nossa
Senhora da Piedade, em Cascais. Para estes últimos, a interacção com a
comunidade, numa dinâmica de ensino e de aprendizagem, em que tecnicamente a
sua mais-valia se ia transportando para as actividades profissionais dos
cascalenses, principalmente na pesca mas também na horticultura, as portas do
convento deviam estar abertas, recebendo no seu seio todos aqueles que dele
necessitassem para resolver os problemas do quotidiano. Os monges estorilenses,
possivelmente também como consequência da esterilidade do seu meio, onde as
comunidades humanas não se haviam instalado de uma forma sistemática, mantendo
um povoamento em pequenos casais e onde as únicas excepções são marcadas pelas
aldeias de Alapraia e, mais a nascente, Caparide, tornaram o seu espaço no
espaço eminentemente dedicado à interiorização, mantendo relações muito pouco
próximas com a comunidade e alicerçando a sua dinâmica de trabalho no princípio
da auto-subsistência que, aliás, era também consequência dos princípios
fundamentais que norteavam a sua Regra.
Destacando-se dos demais, mais pelo seu esplendor
espiritual do que propriamente pela sua maneira de funcionar em termos
comunitários, Frei António de Palmela e Frei Cristóvão da Trindade, ali
desenvolveram o seu percurso iniciático em direcção a Deus, mortificando a
carne com a pobreza extrema e fortificando o espírito em orações e jejuns
sistemáticos. A fama destes monges, de quem todos ouviam falar mais que poucos
conheciam pessoalmente, acabou por garantir-lhes a recepção de muitos bens, que
os habitantes das redondezas lhes ofertavam, com o objectivo de contribuírem
para a vida de santidade que ali promoviam. As ofertas, no entanto, eram
permanentemente redistribuídas pelos mais humildes, mantendo-se os monges de
Santo António na mais pura e humilde das existências, gozando apenas da
extraordinária vista que se alcançava das janelas do convento. Rocha Martins, o
reputado jornalista que já mencionámos, descreve de uma forma paradigmática a
envolvência do convento, a qual permite perceber quais foram as grandes
transformações que o denominado progresso acabou por trazer a este lugar: «Um
prado verdejava na vizinhança; a aragem suave coava-se pelo pinhal mas, por
vezes, a ventania vergava o frondoso arvoredo; cresciam, na encosta virada ao
mar, plantas selváticas e as águas brotavam, com a fama de milagrosas,
sobretudo na parte mais baixa da serra de Santo António, a qual tinha ao sul o fortim
de São Roque e a oeste o Casal do Estoril». Da mesma opinião, explicando ao
mesmo tempo que a situação que caracterizava o convento em muito contribuiu
para a forma como era procurado pelos mais fervorosos e dignos monges de todos
os tempos em que durou a sua existência, era Frei Jerónimo de Belém que o
visitou no início do século XVIII: «que o agradável da sua visita convidou em
outros tempos a muitos religiosos para frequentarem nele a Escola do Céu,
livres dos cuidados do Mundo que tanto embaraçavam os progressos da virtude e
atrasam os espíritos mais fervorosos».
As notícias mais importantes relativas à localidade
do Estoril, permanentemente relacionadas com o seu Convento de Santo António e
com a actividade e apoio que os monges que nele habitavam forneciam aos que ali
se dirigiam, situam-se já no século XVIII, quando o Rei Dom José I, habitando
normalmente em Oeiras durante o período estival, se desloca amiúde ao convento,
seguindo a sugestão do seu amigo e conselheiro Francisco da Fonseca Henriques,
eminente físico da Corte, para usufruir dos poderes curativos das suas águas.
Com pouco mais de duas dezenas de monges nesta
época, possivelmente como consequências das suas diminutas instalações, o
Convento de Santo António do Estoril possuía, na véspera do terramoto de 1755,
um aspecto que resultava do reconhecimento que havia conseguido angariar ao
longo do tempo. Para além do já referido recheio interior, que sendo embora
muito pobre possuía, no entanto, algumas peças dignas de uma nota muito
especial, como uma relíquia do Santo lenho, um pedaço do cordão de São
Francisco, e um osso de São Dionísio, o Mártir, o Convento possuía ainda no seu
adro, junto ao cruzeiro, uma pequena capela externa dedicada a Santo António.
Vai ser precisamente esta capela, com a imagem que se encontrava no seu
interior, que vai marcar o processo reconstrutivo após o terramoto, pois o
Santo Taumaturgo, com as características milagrosas de todos conhecidas, acabou
por se tornar no principal símbolo da protecção conseguida pelos monges para
levar a efeito, com uma rapidez extraordinária, os trabalhos de reconstrução do
espaço.
Iniciadas em 1756 por Frei Basílio de São
Boaventura, o guardião franciscano, após terem sido recolhidas as importâncias
necessárias para o início dos trabalhos, as obras de reconstrução da Igreja e
do Convento de Santo António processaram-se com uma enorme rapidez, tendo sido
concluídas em 1758 com a colocação de uma imagem do Santo na fachada principal.
Em relação à catástrofe que afectou o Convento, e
que hoje só conhecemos por intermédio do testemunho indirecto de um dos frades
que habitavam no Convento Carmelita de Nossa Senhora da Piedade, em Cascais, há
muito pouco a dizer, uma vez que a fúria dos elementos, que destruíram quase
por completo a Vila de Cascais, acabaram por fazer desaparecer a quase
totalidade deste espaço conventual, sendo que o que sobrou, devido à
proximidade do mar e do solo pouco firme em que havia sido construído, acabou
por ter de ser arrasado, não apresentando a solidez suficiente para tornar
possível a sua recuperação. As palavras deste monge, incrivelmente semelhantes
àquelas utilizadas pelas Memórias Paroquiais de alguns aos depois para
caracterizar o estado em que se encontrava Cascais, são ilustrativas da
situação em que ficou o convento, permitindo ainda perceber que quase todos os
elementos que enquadraram a reconstrução, e que hoje fazem parte da estrutura
externa da actual igreja, foram colocados de raiz nessa época (1): «De quer
serve estar o Convento de Santo António, com algumas paredes inteiras, se a sua
igreja veio toda ao chão e um dormitório do Poente; e o Nascente todo, até aos
fundamentos, aberto, ainda que não caiu?»
Dois anos após o início das obras, quando o novo
templo já estava completamente erecto e acabado, conheceu o Estoril um novo
fôlego na sua história. Acompanhando o renascimento do convento, que passou a
possuir condições que lhe permitiam albergar um maior número de religiosos, e
que, segundo Ferreira de Andrade, mesmo nos piores momentos, nunca desceram
abaixo dos dezoito, desenvolveu-se rapidamente a exploração das águas
medicinais, as quais trouxeram em permanência a este lugar, que nunca mais vai
deixar de desenvolver o seu cosmopolitismo e a sua vivência turisticamente
invulgar, um número muito elevado de visitantes, que ali encontravam
instalações, num espaço anexo ao do estabelecimento religioso, que permitiam a
sua cómoda instalação. Muito antes de estar concluído, ou sequer pensado o
Hotel das Termas, e muito menos as imponentes unidades hoteleiras que, anos
mais tarde, vão trazer ao Estoril uma vivência turística marcada pelos seus
aristocráticos visitantes, já o Convento de Santo António, na pequenez da sua
pobreza votiva, contribuiu para desenvolver o nome, e levar bem longe a fama
das pródigas águas e das formosas paisagens da Costa do Sol.
Frei Basílio de São Boaventura, principal fonte da
energia utilizada na reconstrução, mostrou desde logo possuir uma virtude que o
distinguia dos restantes membros desta comunidade eclesiástica: poder de visão.
Foi precisamente esta característica, que as condicionantes do tempo lhe
permitiram aproveitar, que serviu de pedra de fundo aos alicerces que depois
suportarão o edifício dos modernos Estoris, no qual a igreja, com todo o
esplendor de uma imponência cénica que o enquadramento nas arribas do mar
ajudava a desenvolver, conseguiu desempenhar um papel fundamental, no qual
Monsenhor António José Moita, com as características únicas que abordaremos
mais adiante, se encaixou com uma perfeição digna de nota especial, pois mais do
que inovar e modificar a postura que a Igreja Católica desenvolvia no Estoril,
apenas continuou, no seguimento que já vinha acontecendo desde a segunda metade
do século XVIII, com a figura enérgica, empreendedora e decidida deste monge
franciscano. Contrariando as características que anteriormente possuía o
templo, e tornando praticamente impossível determinar com rigor a sua
formulação espacial e artística anterior, Frei Basílio de São Boaventura
alargou o coro para o adro, em cerca de doze
palmos dotando-o de três janelas rasgadas na fachada integralmente
efectuada em pedraria, tal como ainda hoje podemos observar, e encimada pela já
referida imagem do Santo Taumaturgo, que vem dotar o espaço de uma excelência e
de uma magnificência que anteriormente não possuía. O novo templo, com custos
que orçaram em cerca de oito mil Cruzados, totalmente resultantes das oferendas
recebidas pela Congregação Religiosa, que como sabemos não possuía nada de seu,
foi ainda totalmente azulejado no interior, trabalho que veio a ser realizado
numa oficina que os próprios monges desenvolveram no convento. Ao que parece,
das palavras que ficaram exaradas nas actas que a Comissão Encarregue da
Reconstrução da Igreja, após o incêndio que novamente a destruiu em 1927
aprovou ao longo das muitas sessões em que reunião para determinar o andamento
dos seus trabalhos, os painéis de azulejos da igreja de Santo António
reconstruída após o terremoto, possuiriam uma espécie de moldura em tons de
castanho, a acompanhar as cenas retractadas, a qual pretendia imitar os tons da
madeira natural. Nas palavras do Arquitecto Tertuliano Marques, já em 1928,
eram precisamente estas molduras que tornavam esta igreja muito característica,
explicando que, por esse motivo, deveriam ser integradas nos novos painéis e
nos frescos que o pintor Carlos Bonvalot se encontrava naquela altura a
projectar.
Digno de uma nota especial, pelo relevo que
representava na decoração interna da igreja, é o retábulo da autoria de
Arcangelo Foschini, pintor pouco conhecido na actualidade mas grande apoiante
do Estoril e do seu Convento. Filho de Francisco Foschini, bolonhês que se
instalou em Lisboa, onde faleceu em 1805, o pintor nasceu em 1771, e iniciou os
seus estudos artísticos aos treze anos com o Lente Joaquim Manuel da Rocha. A
sua natural genialidade artística, alicerçada na pujança que lhe possibilitava
a frequência dos mais requintados meios artísticos lisboetas do final do século
XVIII, acabou por lhe dar a possibilidade de obter uma bolsa de estudo em Roma,
onde conheceu e aprendeu os princípios da sua arte com o Mestre Labruzzi. Ao
que parece, socorrendo-nos dos sempre preciosos apontamentos que Monsenhor
Moita foi editando ao longo da vida, Arcangelo Foschini terá ganho em Roma um
prémio especial pelas suas pinturas de nu, facto que o dota de um certo
bem-estar económico que, por sua vez, lhe possibilita uma fuga para Florença,
em 1792, devido às invasões francesas, e de lá, no ano seguinte, o retorno a
Portugal, onde assumirá o cargo de Mestre do Infante D. Pedro Carlos, com
240:000 réis de pensão, moço criado e dois cavalos. O retábulo de Santo
António, que Arcangelo Foschini pinta para a Igreja do Estoril, é exemplo
paradigmático da forma como evoluiu o convento, que conheceu um período de
grande apogeu desde que o terramoto de 1755 obrigou à completa re-elaboração da
sua estrutura espacial interna. Os apoios, resultantes da grande fama que foi
conseguindo angariar, dotaram o convento estorilense de meios e de incentivos
que lhe permitiram iniciar um trabalho de grande mérito no acompanhamento e na
formação das populações que habitavam em torno do Estoril.
Segundo os relatos publicados na imprensa da época,
reportando-se ao abandono em que se encontravam grande partes dos imóveis
religiosos nacionalizados, a Igreja de Santo António do Estoril, bem como o
espaço conventual que a envolvia, foi quase completamente destruída no decorrer
destes anos, só se salvando, porque se mantinha fechado e à guarda do próprio
estado, o espaço da sacristia e do coro, onde estavam depositados os objectos
de maior valor que, por isso mesmo, poderiam valorizar o imóvel na ocasião do
seu leilão. Um dos factos mais apontados, e que nos permite perceber a
grandiosidade física que o convento possuía nesta época, prende-se com o
refeitório monacal, onde existiriam uma mesas de pedra de grandes dimensões que
foram entretanto roubadas. Estas mesas, onde possivelmente se alimentariam os
enfermos e infelizes visitantes do Estoril até àquela data, procurando o apoio
necessário à utilização das águas termais, eram património de inestimável
valor, tal como o aponta o novo proprietário logo após a tomada de posse e a
assinatura da escritura que lhe entrega aquele espaço.
Quando Manuel Joaquim Jorge recebe o Convento, no
qual vem a construir um edifício de apoio à actividade termal, acaba também por
receber o encargo de zelar pela igreja, à qual a Junta de Freguesia não sabe o
que há-de fazer, encarregando-se de a manter bem fechada mas, pelo menos,
também minimamente preservada. Contrariando as análises históricas que têm
vindo a ser publicadas pelo Estoril, é importante frisar que o espaço da Igreja
de santo António do Estoril nunca foi incluído na arrematação pública que
permite a Manuel Joaquim Jorge adquirir o espaço conventual. Os problemas que
derivam deste mal entendido, e que vêm a complicar o processo de criação da
Paróquia, em 1929, são firmemente esclarecidos pela neta do primitivo
proprietário, Anna Thereza Jorge Goularde de Vasconcellos, em carta enviada ao
Administrador do Concelho de Cascais, Lourenço Correia Gomes. Para além de referir
expressamente que a Igreja de Santo António não estava incluída na arrematação
do seu avô, a qual decorrera a 6 de Outubro de 1835, a então proprietária do
Convento refere que tendo a igreja ficado ao abandono, a corporação local, de
comum acordo com os seus antepassados, entregou a estes a sua conservação bem
como a das respectivas alfaias e paramentos, tendo eles sempre mantido tudo com
o maior interesse e tal e qual como o haviam recebido. Sublinhando o seu
envolvimento pessoal em todo o processo, Anna Goularde refere que em 1906,
quando o seu pai falecera e ela tomara posse da propriedade que o avô
arrematara, a Junta de Freguesia lhe dirigiu um ofício, com a referência nº 2,
e data de 15 de Outubro, conferindo-lhe igual encargo.
O prédio de rendimento, que a herdeira recebeu na
mesma data, e no qual funcionou também uma escola primária, possuía acessos
pelos terrenos que envolviam a igreja, facto que levanta alguma celeuma na
ocasião da criação da nova paróquia estorilense, no dia 13 de Junho de 1929, e
sobretudo no decurso da reconstrução do espaço após o incêndio de 1927. Já
falecida nesta altura, e com um testamento em que deixa às Oficinas de São José
a totalidade da propriedade em questão, torna-se evidentemente necessário
delimitar as fronteiras entre as duas partes, de modo a dar carácter oficial ao
documento que marca o início do funcionamento da nova paróquia já pela mão de
Monsenhor António José Moita.
A actuação dos frades Franciscanos, criando as bases
que vêm permitir um aproveitamento coerente das águas termais, facto que
possibilitou ainda a utilização da paisagens e dos recursos naturais que o
território apresentava, foi fundamental para que o Estoril se afirmasse no seio
do concelho de Cascais e até no seio da área suburbana de Lisboa. Sem este
primeiro ensejo monástico, que dotou o território de uma aura de pureza e de
fascínio que nunca mais se perdeu, jamais o Estoril conseguiria usufruir de todos
os benefícios que recebeu com a escolha do seu espaço para a construção das
habitações de uma série de grandes personalidades da vida política económica e
social portuguesa. Sem estes, por seu turno, jamais encontraríamos no Estoril a
pedra fulcral que ele definitivamente foi no processo de reconstrução da
estrutura religiosa da Igreja Católica, nem tão pouco a grande importância que
este espaço possuiu na redignificação da vivência Nacional.